sexta-feira, 28 de maio de 2010

Anos 20

Moda

Uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas - mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.

Livre dos espartilhos, usados até o final do século XIX, a mulher começava a ter mais liberdade e já se permitia mostrar as pernas, o colo e usar maquilhagem. A boca era carmim, pintada para parecer um arco de cupido ou um coração; os olhos eram bem marcados, as sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis; a pele era branca, o que acentuava os tons escuros da maquilhagem.

A silhueta dos anos 20 era tubular, com os vestidos mais curtos, leves e elegantes, geralmente em seda, deixando braços e costas à mostra, o que facilitava os movimentos frenéticos exigidos pelo Charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado.

A mulher sensual era aquela sem curvas, seios e quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.
Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores.

A década de 20 foi da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

Outro nome importante foi Jean Patou, estilista francês que se destacou na linha "sportswear", criando coleções inteiras para a estrela do tênis Suzanne Lenglen, que as usava dentro e fora das quadras. Suas roupas de banho também revolucionaram a moda praia.
Patou também criava roupas para atrizes famosas.

Os anos 20, em estilo art-déco, começou trazendo a arte construtivista - preocupada com a funcionalidade, além de lançamentos literários inovadores, como "Ulisses", de James Joyce. É o momento também de Scott Fitzgerald, o grande sucesso literário da época, com o seu "Contos da Era do Jazz".


Música

Nos anos 20, ocorreu uma revolução na música, enquanto a rádio ganhava popularidade por todo o mundo, e novas tecnologias permitiam gravar, reproduzir, e distribuir música. Uma vez que a música ão estava limitada a concertos, foi possível a numerosos artistas serem ouvidos por todo o mundo, da mesma maneira que o público era exposto a uma maior diversidade de música. Começava então o experimentalismo com novos estilos musicais nos anos 20, desafiando as regras da música tocada até então.
Novos e melhores meios de transporte permitiram a músicos viajar até outros sítios para realizar concertos, tal como permitiu a fãns viajar para os ouvir.

Na música clássica, foi continuado o trabalho feito no século XIV, embora o modernismo fosse impulsionado por compositores como Alexander Skryabin e Claude Debussy. Outros, como Ravel, Milhaud, and Gershwin combinaram o jazz e o clássico, numa espécie de meio termo.

Embora o rock n’ roll tenha imergido nos anos 50 como um estilo musical, vários elementos deste podiam ser ouvidos na música dos anos 20, em alguns blues. Foi de estilos como o blues, o jazz e o boogie woogie que nasceu o rock n’ roll.
O Jazz ganhou popularidade por todo o mundo, nos anos 20. Nada assim antes tinha acontecido. Novas danças apareceram com o Jazz e o Ragtime. Pelo meio da década de 1920, já o Jazz era tocado em salões de bailes e clubes por todo o mundo. Foi na música usada por bandas de marcha e andas de dança que o Jazz começou a ganhar fama., que era a maior forma de música popular do século XX.
Entretanto, a rádio e o fonógrafo — Os americanos compraram mais de 100 milhões no ano de 1927 – traziam o Jazz a locais tão remotos que nem as bandas lá conseguiam chegar. E a música em si estava a começar a mudar – uma música exuberante começava a pôr mais e mais ênfase nas inovações de indivíduos extremamente talentosos. Improvisação de solos, lutando para serem ouvidos e encontrarem a sua própria voz e contar as suas próprias histórias, estavam prestes a ter lugar no centro do palco.
Nos primeiros anos, o Jazz foi considerado a música do Diabo por diversos segmentos do público. Um debate foi gerado entre as diferentes partes. Em 1927, o crítico Ernest Newman publicou numa revista um artigo que viria a desacreditar o Jazz, e a resposta não demorou a chegar, por parte do “jazz-king” Paul Whiteman, que acreditava que o Jazz era uma força musical genuína.

Clubes de dança, “dance halls”, e salas de chá abriram por todo o mundo, onde danças inspiradas por estilos africanos apareceram, com nomes como shimmy, turkey trot, buzzard lope, chicken scratch, monkey glide e bunny hug. A música de dança da altura não era jazz, mas havia já estilos que iam tomando forma, na área experimental do blues-ragtime, que mais tarde evoluiriam para o jazz.

O ano de 1920 foi o apogeu da Broadway, com mais de 50 musicais estreando numa só temporada. Um número recorde de pessoas pagou até $ 3,50 para assistir a um musical. Foi também uma década de uma evolução artística incrível no teatro musical.

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